domingo, 27 de janeiro de 2019

OS CRAQUES DA SELEÇÃO RUSSA - PARTE 1

Em 2018 houve a Copa do Mundo na Russia, e então Alfredo Monte, colunista do jornal A Tribuna de Santos, cuja coluna publicava resenhas de livros, comentários sobre lançamentos ou relançamentos, colocou uma relação em duas partes dos principais nomes, no seu entender, da literatura russa, que reproduzo aqui. Fica uma referência para todos os interessados nessa fabulosa prosa e poesia da nação eslava. Alfredo Monte nos deixou ainda em 2018, pois lutava contra uma esclerose degenerativa, e sua coluna era ditada letra a letra para um assistente voluntário para formar todo o texto. Ainda está no ar seu blog armonte.wordpress.com. Suas resenhas farão falta, sem dúvida, para todos que gostam de ler. 

Uma versão da resenha abaixo foi publicado originalmente em A TRIBUNA de Santos em 19 de junho de 2018)
A Rússia é uma potência literária. Apresento alguns dos seus craques. Haverá lacunas e ausências, mas a lista reflete trinta e tantos anos de leituras.
Alexander Sergueievitch Pushkin, 1799 — 1837, o fundador da literatura russa. Versátil, experimentou todos os gêneros. Sua obra mais ambiciosa é o poema épico “Eugênio Oneguin”.

Nikolai Vasilievich Gogol, 1809 — 1852, o genial autor de novelas como “O Capote” e “O Nariz”. Escreveu a deliciosa peça “O inspetor geral” e deixou um romance inacabado, “Almas Mortas”.

Mikhail Iúrievitch Lérmontov, 1814 — 1841, seu “Herói do nosso Tempo” coloca as aventuras de seu protagonista num cenário geopolítico ainda hoje conflituoso.

Ivan Aleksandrovitch Gontcharov, 1812 – 1891, lendo sua obra-prima “Oblomov” nos espantamos com as similaridades do império russo e o Brasil imperial.

Nikolai Semyonovich Leskov, 1831 — 1895, outro grande novelista, comprovam os textos de “Homens Interessantes”.

Ivan Sergeiévitch Turguêniev, 1818 — 1883, apesar de ser um estilista, admirado por Flaubert, seus romances tratam de conflitos de gerações e ideológicos, caso de “Rudin” e “Pais e filhos”.

Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski 1821 – 1881, seria o escritor supremo se não existisse Tolstói, majestoso tanto em obras curtas, como “O Duplo”, “Notas do Subsolo” e “Um Jogador”, quanto nos romances ciclópicos como “Crime e Castigo”, “O Idiota”, “Talvez seu mais belo livro”, e “Irmãos Karamazovi”. Atormentado por Deus e pelo vício de jogar, foi um dos autores mais influentes do ocidente.

Liev Nikoláievich Tolstói, 1828 —1910, o maior gênio da literatura, a meu ver. Obcecado pela morte, fez a vida pulsar em “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”, os maiores romances já escritos. Enfrentou sua nêmesis no avassalador “A morte de Ivan Ilitch”. Educador, fundador de uma religião própria, escreveu também peças poderosas como “O cadáver vivo”. Custa a crer que tenha morrido de fato.

Anton Pavlovitch Tchecov, 1860 — 1904, o maior contista de todos os tempos, basta ler coletâneas como “A dama do Cachorrinho” e “O Beijo”. Não contente em ser gênio em um gênero, escreveu peças magistrais sobre a inércia da classe alta, como “O jardim das Cerejeiras” e “As três irmãs”. (continua na próxima semana).

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